Milhares<br>da Administração Pública<br>protestam amanhã em Lisboa

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A manifestação nacional de trabalhadores da Administração Pública, amanhã à tarde, na Avenida da Liberdade, tem lugar num contexto de forte contestação à política e às medidas do Governo, que em simultâneo atacam as funções sociais do Estado, os serviços públicos e os salários e direitos de quem trabalha na administração central, regional e local, em ministérios e autarquias, nas instituições e estabelecimentos de saúde, segurança social, educação, justiça, defesa, segurança, agricultura, investigação, alfândegas, finanças...

Vindos de todo o País, respondendo à convocatória da Frente Comum e das mais de três dezenas de estruturas sindicais que a integram, milhares de trabalhadores vão concentrar-se, a partir das 15 horas, na Praça do Marquês de Pombal, de onde seguirão para o Ministério das Finanças, frente à estação fluvial do Terreiro do Paço.

Na segunda-feira, ao referir aos jornalistas as razões que justificam a participação na manifestação nacional e nas diversas acções sectoriais, a coordenadora da Frente Comum de Sindicatos acentuou a ligação entre os objectivos dos trabalhadores e os interesses dos utentes e da população, em geral. A conferência de imprensa realizou-se junto ao local onde irá terminar a manifestação e serviu para recolher mais assinaturas para a petição da CGTP-IN, em defesa dos serviços públicos. Ana Avoila, que integra a Comissão Executiva da central, revelou na altura que os subscritores desta iniciativa são já quase cem mil.

Depois de sucessivos cortes nos salários e nos subsídios, da retirada de direitos, como os que têm a ver com o trabalho extraordinário, depois dos cortes na saúde e segurança social (ADSE), o Governo – seguindo o plano da «troika» dos credores estrangeiros – prepara novo ataque, para reduzir a despesa pública em mais quatro mil milhões de euros.

«Não aguentamos mais isto, estamos fartos de cortes» e «vamos lutar, pelo nosso futuro, pelo futuro dos nossos filhos e nossos netos e por um Portugal que já entregou a sua soberania nacional», disse a dirigente sindical.

Durante a semana, outras acções de esclarecimento da população e de recolha de assinaturas para a petição iriam ocorrer em todos os distritos.

Nas lutas mais recentemente ocorridas, é de destacar a administração local (uma série de protestos em defesa do sector empresarial local e pela integração nos municípios dos cerca de dez mil trabalhadores das empresas municipais que o Governo quer extinguir) e os professores (a manifestação nacional, a 26 de Janeiro, e a «semana de luto e em luta», de 18 a 22 de Fevereiro).

A par das acções específicas, trabalhadores dos diferentes sectores têm comparecido nas manifestações promovidas pela CGTP-IN, como sucedeu nas que tiveram lugar a 16 de Fevereiro, em 24 cidades).




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